O PROJETO

O projeto Fotógrafos de rua visa ajudar jovens e adolescentes a desenvolver um olhar diferente frente a sua realidade. A finalidade é formar uma nova consciência de si mesmos, através da análise e reflexão sobre as imagens tiradas na comunidade onde moram. Ensinando a técnica da fotografia, Fotógrafos de rua incentiva a autoestima dos alunos e a confiança nas suas possibilidades de desenvolvimento dentro e fora da comunidade. Em alguns casos o projeto pode possibilitar também novas oportunidades de geração de renda graças ao registro dos eventos da comunidade e das famílias que, de outra forma, não teriam recordações fotográficas dos momentos importantes da vida. A metodologia prevê aulas teóricas e práticas nos lugares onde os alunos moram. Nas aulas teóricas são ensinadas as técnicas básicas da fotografia digital, enquanto as aulas práticas possibilitam pôr em prática e experimentar o que foi aprendido. Num segundo momento as imagens são projetadas e analisadas com o intuito de avaliar o conteúdo técnico e analisar as provocações socioculturais nelas contidas.O idealizador do projeto é o fotógrafo italiano Alberto Banal e o coordenador é o jornalista paraibano Marco Antônio de Oliveira Tessarotto.

NADA DE ESPECIAL
Fotógrafos de rua é uma atividade da Associação de Apoio às Comunidades Afrodescendentes - AACADE - e conta exclusivamente com recursos próprios. “Nada de especial. Nada de revolucionário. Só uma pequena tentativa de inclusão social através da fotografia digital. O projeto, desenvolvido em duas realidades de periferia e em quatro quilombos, hoje é uma realidade e pretende se difundir em outras comunidades carentes”. Fotógrafos de Rua tem por objetivo geral ajudar adolescentes, jovens e mães a desenvolverem um olhar mais crítico de sua realidade. Especificamente pretende contribuir para a formação de uma nova consciência de si mesmos através da análise e reflexão sobre as imagens tiradas na comunidade onde moram; pretendendo ainda, incentivar o protagonismo social e uma maior visibilidade dos jovens no cenário da sua comunidade. A finalidade é focar na formação de uma nova consciência de si mesmos através da análise e reflexão sobre as imagens tiradas na comunidade onde moram. Ensinando a técnica da fotografia, Fotógrafos de rua incentiva a autoestima dos alunos e a confiança nas suas possibilidades de desenvolvimento dentro e fora da comunidade. A fotografia poderá ser o instrumento de libertação e reconhecimento destes grupos excluídos-silenciados, no momento em que a mídia deixe “de ser mero instrumento da política e que impõe sua própria gramática com a qual os políticos têm que negociar”. As imagens de denúncia voltadas para a questão do reconhecimento social destes grupos enquanto cidadãos constituem-se como uma importante ferramenta do diálogo democrático com a sociedade que insiste na temática da metrópole, do centro urbano, enquanto a periferia e as comunidades negras isoladas imergem no esquecimento. Para tanto, o projeto Fotógrafos de Rua atua como importante instrumento para a superação da negação, "uma vez que enfrenta: (...) desafios especiais em sociedade multiidentitárias para garantir a representação e participação das minorias, protegendo, promovendo e realizando os seus direitos. O fio condutor das reivindicações dessas minorias é a idéia normativa de que os indivíduos e os grupos sociais têm de obter ‘reconhecimento". (SILVEIRINHA, 2005, p. 42) O Projeto Fotógrafos de rua surgiu de uma iniciativa de CASAS DE LEITURA em parceria com CASA DOS SONHOS, AACADE (Associação Apoio aos Assentamentos e Comunidades Afrodescendentes) e CECNEQ (Coordenação Estadual das Comunidades Negras e Quilombolas). Os cursos são ministrados pelo fotógrafo italiano Alberto Banal com o coordenador do projeto, Marco Antônio de Oliveira Tessarotto, assistente voluntário.

O professor Alberto e o coordenador Marco Antônio

A metodologia utilizada no projeto é composta de aulas teóricas expositivas e dialogadas, a elas se acrescentam aulas práticas nos lugares onde os alunos moram. Nas oficinas, os alunos aprendem técnicas de fotografia digital, enquadramento, posições, planos e, num segundo momento, junto com o professor, debatem sobre o conteúdo das imagens “clicadas” durante o trabalho de campo em suas comunidades locais.




Aulas teóricas e práticas nos quilombos Matão, Grilo, Pedra d'Água e Matias

Após a conclusão dos cursos são promovidas mostras fotográficas com os trabalhos produzidos pelos alunos do projeto. Com efeito, a exposição representa um momento através do qual os alunos querem mostrar as novas habilidades adquiridas, mas também, a sua visão da realidade: a percepção de si mesmos e do seu ambiente e como eles querem se comunicar “a fora”, aos outros que, na maioria dos casos, não conhecem a sua realidade ou tem uma visão estereotipada. É o começo de um caminho que exercerá um papel significativo na formação psicológica e social dos envolvidos. O Projeto Fotógrafos de Rua tem insistido na utilização de instrumentos e formas de expressão que permitam a interação e o diálogo entre a fotografia e a visão da realidade das pessoas envolvidas. Essa ação poderá contribuir para que elas tenham uma atuação mais direta na transformação de seu cotidiano. O processo de invisibilidade social é revertido graças a autorreflexão crítica que as imagens propiciam entre os atores envolvidos no projeto. Neste sentido é significativa a fala de José Trajano, aluno da Comunidade do Matão: "A união de todos é bastante intensa e com certeza, nós aprendemos muita coisa e, a partir do momento da conclusão desse curso, nós iremos dá continuidade desse processo sempre tendo essa visão crítica e também uma visão transformadora e não aquela visão de está fazendo o curso e se acomodar, mas sim, de procurar reverter essa situação porque, se assim, nós fazermos seremos bem sucedidos" (Abertura exposição no SESC. João Pessoa: 2010).

Os alunos da Casa dos sonhos na Estação Cabo Branco e a primeira exposição das suas fotografias

Os alunos da Casa do Jovem "Daniel Comboni" e a inauguração da expsoisçaõ no SESC 

Os alunos do Matão visitam a Estação Cabo Branco e o Centro Cultural 
São Francisco em ocasião da abertura da sua exposição "Identidade quilombola"

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